15 de novembro de 2010 | By: Fidelis di Luigi

Brincadeiras de Infância

Quando cheguei ao mundo Poções (Ba) se chamava Djalma Dultra. Cidade pequena no sudoeste da Bahia, ainda sem tudo que se esperava de uma cidade... No dia da minha estreia neste mundo papai foi a Vitória da Conquista em busca de um médico para o parto sair direitinho e sem complicações. 

Quando eles chegaram a cegonha já havia passado na casa da Rua da Itália nº 2.  Nasci forte e saudável.

Chegou a hora das brincadeiras.... O que fazer? A cidade não tinha TV.  Tinha missa e cinema aos domingos.  Na cidade tinha energia elétrica só das 18.00 hs às 22.00 hs, daí,  nossa família resolveu comprar um grupo gerador para nos dar, e a amigos e as lojas da firma V. Sarno e Irmão Ltda, uma condição melhor de vida.

Meninos cheios de energia, tínhamos  uma cidade pacata, segura, com ruas e praças a nossa disposição.Nas épocas certas , como as frutas, também tínhamos as brincadeiras da vez..

Na praça , o obelisco com o pessoal  Banco do Brasi
Na Praça da Bandeira, em frente a minha casa, existia um Obelisco, bem no centro da praça e onde hoje está a Prefeitura, era ali nossa arena de brincadeiras.

O TRIÂNGULO  -  Uma haste metálica com ponta, um desenho de um triângulo na terra, alternávamos os jogadores e cada um do seu vértice, íamos traçando uma linha reta até o ponto cravado pela haste, assim, íamos tentando fechar a saída  do nosso adversário.. Entendeu? 

O PIÃO  -  Fabricado artesanalmente ou comprado, era o preferido da turma. Com um cordão enrolado no corpo do nosso brinquedo, jogávamos a uma pequena distância, fazendo-o girar. Os mais experientes, puxavam para a mão, onde ali rodava até acabar a sua força. No chão, o jogo era bicar o pião do adversário. Assim, as tardes se passavam,  tardes sim....  porque pela manhã  nossa presença era na escola Alexandre Porfírio, instalada ali na praça.

Eu e Fernando com a farda da escola

BOLAS DE GUDE  -   Estas vocês conhecem.. Bolinhas de vidro, um buraco no chão e pronto. Vamos jogar?. Acertar no buraco era o objetivo. O mais próximo tinha a vez para jogar nas bolinhas inimigas, acertando nelas para não deixar cair no buraco... A evolução foi  a entrada das bolinhas de aço... as "rolimãs",  tiradas dos rolamentos das rodas dos caminhões. Fui, muitas vezes desmontar um caminhão no terreno da família dos Paladinos,  tirar esta peça para a atualização da nossa brincadeira. Acho, que foi dai a minha iniciação e gosto pela mecânica.

RAIAS -   Fabricadas por nós mesmos com papel de seda, cortada em quadrado e colada as taliscas de bambu, instaladas a guia de cima para receber a linha e em baixo idem,  para receber a rabada  que vai equilibrar o vôo das raias. Agora é só soltar ao vento para ela se elevar no alto do céu.

Lembro-me, que  nesta época o Dr. Rui Espinheira, um entusiasta pelo esporte,  ajudando aos seus filhos. fabricava raias sofisticadas, tipo estrela, com tremedeiras e outras inovações. Era o máximo! Que nos diga o amigo Rui Espinheira filho (Abate), Tuna e  o  saudoso Gei (Pedro e os menores ainda não participavam).

O BADOQUE -  ESTILINGUE -   Máquina para arremessar bolinhas de barro,  feitas com um galho de árvore em Y e nas duas extremidade, amarradas tiras de borracha, fixa no fim das tiras, um pedaço de couro para receber a bolinha de barro. Servia para caçar passarinhos, quebrar vidraças, fazer guerra entre meninos de ruas e outra coisas mais...  Esta história, nosso primo Eduardo Sarno,  tem detalhes no seu Blog.

Eu e meu velocípede
TIJOLINHOS DE CONSTRUÇÃO -   Para ficar parecendo um perfil de um caminhão, recortávamos  uma parte do tijolinho, deixando a frente parecer um motor, o resto seria a carroceria, local para segurar o nosso caminhão e empurrar na terra, seguindo trilhas que imaginávamos ser estrada.  Aja coluna!!

Todo ano no Natal,  Papai Noel não faltava. Junto com o presente, chegava para os que não se comportavam bem, um pouco de CARVÃO!!  Símbolo de mal feitos, pouco estudo e etc.

Vovô Arestides
De brinquedo, lembro-me que ganhei um aviãozinho com 2 motores, que ao empurrar as hélices giravam. Velocípedes e bicicletas faziam parte da nossa juventude e para nossa felicidade, não existia televisão, computador, videocassetes e outros eletrônicos, com exceção do Rádio.  Conheci  o rádio do meu avô Arestides Vasconcelos em Jacobina, utilizava bateria de carro para fazê-lo funcionar. 

Hora do Brasil e o Repórter ESSO eram os programas  preferido. Tempo bom que não retorna mais...

1 comentários:

Anônimo disse...

Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

- Daniel